sexta-feira, 26 de junho de 2009

Suspenso


Plantado à frente do vaso com lanças de São Jorge, num pós São João e antepondo-me a um São Pedro, eu estava.

O opaco da manhã chuvosa pesou sobre mim. Nebuloso em conjunto com o que me circundava, fiquei.

Parecia mais uma marionete de mim, aquietada solenemente numa cadeira de tranças de couro, quando o meu como, comigo não se comutava.

Mas como estava fiquei. E assim sendo, parei pairando nas nuvens, pensativo e suspenso.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

No dial todas as possibilidades


Depositou- a sobre o velho rádio e foi ao banheiro.

E eu, que poderia ter pego-a, escondido-a; nada fiz. Parecia absorto, noutro mundo, como que pairando nas nuvens; mesmo sabendo, que armas não podem ficar ao alcance de crianças. E ele, não passava de uma crescida criança.

Mas dali de onde estava, apartados pela porta do banheiro, puxei conversa:

- Não gosto tanto assim de música, a ponto de preencher com elas meus tempos vazios. Tu bem sabes, prefiro ficar imóvel (bem que esta postura pode ser a mesma dos apreciadores musicais), mas assim, inerte; ficaria dedilhando palavras, compondo fraseados.

Muito menos é o aparelho-rádio-mídia que me encanta e sim, o canto de cada vogal conjugada com seus pares, numa orquestração sem fim.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Das cabeças férteis aos pés pairando nas nuvens


... um cenário é a casa, é o teatro, é a rua que adentrou a porta da casa, que serve de cenário...

O cenário é a fantasia. É a preparação de uma história a ser contada e à qual muitos esperam ansiosamente, com suas cabeças - terrenos sempre férteis - e pés pairando nas nuvens - terrenos sempre abstratos.

E por que esperar alguma coisa, quando o já é é agora? O dial está à frente; afrontando as variadas possibilidades existentes.

Há sintonia?

Há sintomas!

domingo, 21 de junho de 2009

O sol que entra, ao mesmo tempo que o inverno chega

{Há histórias que se moldam a outras, que se justapõem, que se complementam; e nesta convergência, permitem ainda, outras possibilidades. Assim é. Ininterrupto.}

A sala vazia e aberta trás rasgos da manhã que resplandece. A porta já não detêm os impulsos humanos, pois esses não são sãos e em vãos se vão...
A sala vazia vaza. Tudo que ali foi vivido, esmaece.
Não se permitindo sepulcro, escancarada fica, aberta às nuvens que pairam lá fora.
E assim, a sala segue sendo silenciosa.