quinta-feira, 25 de junho de 2009

No dial todas as possibilidades


Depositou- a sobre o velho rádio e foi ao banheiro.

E eu, que poderia ter pego-a, escondido-a; nada fiz. Parecia absorto, noutro mundo, como que pairando nas nuvens; mesmo sabendo, que armas não podem ficar ao alcance de crianças. E ele, não passava de uma crescida criança.

Mas dali de onde estava, apartados pela porta do banheiro, puxei conversa:

- Não gosto tanto assim de música, a ponto de preencher com elas meus tempos vazios. Tu bem sabes, prefiro ficar imóvel (bem que esta postura pode ser a mesma dos apreciadores musicais), mas assim, inerte; ficaria dedilhando palavras, compondo fraseados.

Muito menos é o aparelho-rádio-mídia que me encanta e sim, o canto de cada vogal conjugada com seus pares, numa orquestração sem fim.

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